O governo português está implementando medidas para enfrentar a grave falta de mão-de-obra no setor da construção civil, que precisa de cerca de 80 mil trabalhadores para atender às demandas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Segundo informações do Expresso Portugal e do Jornal de Notícias (JN), a nova política inclui a criação de uma “via verde” para facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros no país.

Por que Portugal precisa de mais trabalhadores?

Nos últimos cinco anos, o setor da construção civil em Portugal registrou um aumento de 89 mil trabalhadores. Apesar disso, o número é insuficiente para as demandas atuais, que incluem a construção e requalificação de escolas, centros de saúde, residências universitárias, creches e outras obras financiadas por fundos europeus.

A falta de mão-de-obra resultou em dezenas de concursos desertos em 2023, deixando projetos essenciais sem execução. O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, destacou que a situação afeta todos os níveis de qualificação, com uma necessidade crescente de profissionais especializados em áreas como construção modular, tecnologias de eficiência energética e BIM (Building Information Modeling).

A nova “via verde” para imigrantes

O governo português elaborou uma proposta para facilitar a entrada de imigrantes no setor. Segundo o JN, a medida exige que as empresas assumam responsabilidades, incluindo:

  • Garantir um contrato de trabalho;
  • Providenciar formação profissional;
  • Oferecer residência ao trabalhador.

Essas condições permitirão que os trabalhadores permaneçam no país enquanto aguardam a concessão do visto de residência. Essa abordagem busca eliminar barreiras burocráticas que dificultaram a entrada de imigrantes após o fim do mecanismo de manifestação de interesse, que anteriormente centralizava os pedidos de residência.

Desafios e expectativas

A urgência das medidas foi destacada pelo ministro-adjunto e da Coesão Territorial, que admitiu que sem reforço na entrada de trabalhadores estrangeiros, será impossível concluir as obras previstas no PRR dentro dos prazos estipulados. Além disso, a complexidade dos projetos financiados exige não apenas mais profissionais, mas também maior qualificação técnica.

O problema é agravado pelo fato de Portugal ainda ser um dos países da Europa com menor percentual de população estrangeira em relação ao total, o que limita a oferta interna de trabalhadores para a construção.

Impacto esperado

A “via verde” para trabalhadores estrangeiros tem potencial para destravar projetos essenciais para o desenvolvimento do país, como a expansão do transporte público, habitações e infraestruturas educacionais. No entanto, a efetividade da medida dependerá do comprometimento das empresas e da agilidade do governo em implementar o programa.

Com um setor crucial como a construção civil em evidência, resta saber se essas ações serão suficientes para atender às demandas do PRR e assegurar o crescimento sustentável de Portugal.

O que você acha? Essa medida resolverá o problema ou outros desafios podem surgir? Comente sua opinião!

 

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